Dicionário Histórico-Biográfico da Academia das Ciências de Lisboa

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CarneiroGonçalo Xavier de AlcáçovaLisboaAlcaide de Campo Maior. Censor e secretário perpétuo da Academia Real da História. Sócio fundador, colocado como efetivo na classe de Belas Letras.Ass_Goncalo-Alcacova-Careneiro.png

Filho de João António de Alcáçova Carneiro Carvalho e Meneses e de Guiomar Josefa de Mendonça e Saldanha, foi moço fidalgo, acrescentado a fidalgo escudeiro, senhor do morgado de Corte do Serrão e 13º Alcaide de Campo Maior por mercê de D. Maria I (1778). Foi casado com D. Ana Teresa de Moscozo e Meneses, filha de Aires de Saldanha Albuquerque e Castro, da casa dos Condes da Ega, dama da rainha D. Mariana Victoria e viúva de D. João Manuel da Costa, da Casa de Soure.

Pertenceu à Academia Litúrgica Pontifícia de Coimbra no âmbito da qual escreveu uma dissertação “sobre a questão se a cidade de Beja foi a que antigamente se chamou a Pax Julia dos Romanos, ou a cidade de Badajoz” (1759).

Académico do número e censor da Academia Real da História foi eleito, após indicação do rei, secretário perpétuo da mesma Academia (28.3.1761). Manteve com Ribeiro Sanches, que conheceu numa das suas viagens em 1751 e de quem se tornou amigo, uma extensa correspondência através da qual trocavam livros, objetos domésticos, e informações diversas.

Pertenceu ao grupo inicial dos 14 fundadores da Academia das Ciências de Lisboa. Na sessão de 16 de janeiro de 1780 foi colocado como efetivo na classe de Belas Letras. Na sessão de 22.5.1780 foi eleito diretor da classe em substituição D. Miguel de Portugal e Castro que transitou para a categoria dos honorários em virtude ter sido nomeado embaixador plenipotenciário em Madrid. Nesse mesmo ano, na sessão de 28.6.1780, foi eleito censor do Plano do Dicionário da língua portuguesa, juntamente com o duque de Lafões e Joaquim de Fóios.

Esteve presente nalgumas das sessões da Academia, foi censor de algumas memórias, e apresentou em duas sessões públicas, em 1780 e 1781, duas memórias suas sobre “Os progressos do espírito humano desde a decadência do império romano do ocidente até aos nossos dias” que permaneceram inéditas. Não deixou obra impressa, para além da referida dissertação sobre a cidade de Beja e dos elogios ao rei ou à rainha, proferidos nos respetivos aniversários e noutras ocasiões festivas.

Oração que recitou na presença da Rainha D. Marianna Victoria : em 11 de Março de 1773. [S.l., s.n.] BACL 11 462 69; Oração que recitou na real presença da Rainha Nossa Senhora D. Maria I, Lisboa, Na Regia Officina Typografica, 1777; Oração que recitou na presença de El Rey Nosso Senhor D. José I, [S.l., s.n.]; Dissertação do Senhor Gonçalo Xavier de Alcáçova sobre a questão se a cidade de Beja foi a que antigamente se chamou a Pax Julia dos Romanos, ou a cidade de Badajoz. - [S.l.; s.n., 1759]; Oração que recitou na presença de el-rei nosso senhor D. José I... em 6 de julho de 1773... servindo de censor da Academia Real de Historia, Lisboa, [s.n.], 1773; Oração que recitou na presença de el-rei nosso senhor D. José I... em 6 de julho de 1775, Lisboa, [s.n.], 1775; Oração que recitou na real presença da rainha N. S. em 9 de março de 1777, no primeiro dia, que appareceo em publico depuis da sna feliz exaltação ao throno, Lisboa, [s.n.], 1777; Oração que recitou na presença da rainha N. S. D. Maria I, Gonçalo Xavier de Alcaçova em 17 de dezembro de 1780 dia dos annos da mesma senhora... servindo de censor da Academia Real da Historia , Lisboa : Regia Officina Typografica, 1780; Oração que recitou na presença de sua magestade el rei nosso senhor em 5 de julho de 1784, dia dos anos, Lisboa, [s.n.], 1784.Processo Académico, AH-ACL, PT/ACL/ACL/C/001/1779-12-24/GXAC; Sousa, António Caetano de, História Genealógica da Casa Real Portuguesa, vol. XIII, Lisboa, Na Regia Officina Sylviana e da Academia Real, 1735, 38 (Lisboa, Academia Portuguesa da História e QuodNovi, 2007); Gayo, Felgueiras, Nobiliário das Famílias de Portugal, tomo IX, Braga, Pax, 1939, 63; Silva, Inocêncio F. da, Diccionario Bibliografico Portugez, tomo III e tomo IX, Lisboa, Na Imprensa Nacional, 1859 e 1960, 160,161 e 428; Revista Michaelense, nºs 4 e 5, Nov., 1919,382- 410 e 501-520.José Alberto SilvaPortuguesaSócio efetivo.Belas LetrasSócio fundador; Sócio efetivo (16.1.1780); Diretor da classe de Belas Letras (22.5.1780); Censor do Plano do Dicionário da Língua Portuguesa (28.6.1780).