Filho de António Pereira e de Maria de Figueiredo, cujo apelido veio a adotar quando, em 1769, abandonou a Congregação do Oratório e passou ao estado de presbítero secular.
A 1 de Abril de 1736 entrou no Colégio Ducal de Vila Viçosa, onde estudou latim, latinidade e música. Aos dezassete anos, deixou o Colégio dos Jesuítas, para, cerca de um ano mais tarde, tornar-se noviço no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. A sua formação como organista foi determinante na admissão nesta instituição, pois permitiu suprir uma das condições obrigatórias de ingresso – ser nobre. No ano seguinte veio para Lisboa e foi admitido na Casa do Espírito Santo, da Congregação do Oratório, onde estudou filosofia e teologia e se aperfeiçoou em latim e latinidade. Em 1757, por motivos de doença grave, deixou Lisboa e foi para o Norte. Esteve em Viseu e no Porto e, em 1759, já restabelecido, regressou a Lisboa, onde, na Real Casa das Necessidades, ensinou teologia, latim e retórica.
No
A subida ao trono do rei D. José I, a queda dos jesuítas, o prestígio e a modernidade dos Oratorianos, entre outros fatores, favoreceram a trajetória ascendente de António Pereira de Figueiredo junto do poder. A partir de 1761, após Portugal ter cortado relações com a Santa Sé, Pereira de Figueiredo encabeçou o movimento teológico a favor da política religiosa do Marquês de Pombal, tomando a defesa da Corte portuguesa contra a Curia Romana.
Fruto deste empenho ao serviço da política pombalina, foi nomeado deputado da Real Mesa Censória, à data da sua criação (1768), mantendo-se no cargo durante o reinado de D. Maria I. Quando a Real Mesa Censória foi extinta (1787), Pereira de Figueiredo transitou para o novo tribunal da censura intelectual – a Real Mesa da Comissão Geral para o Exame e Censura dos Livros.
Em 1769, D. José determinou a sua saída da Congregação do Oratório, nomeando-o oficial-maior de línguas na Secretaria dos Negócios Estrangeiros e da Guerra. Só no final da vida, voltaria a vestir a roupeta dos néris.
António Pereira de Figueiredo foi eleito académico efetivo da 2.ª classe – Belas Letras – em 16 de Janeiro de 1780; volvidos onze anos, em 1 de Abril de 1791, passou à situação de académico veterano. Entre muitas outras contribuições relevantes, é de destacar o seu labor na preparação de materiais destinados à elaboração do Dicionário de Língua Portuguesa, da responsabilidade da Academia Real das Ciências de Lisboa, cujo primeiro volume (e único) data de 1793.
O elogio de António Pereira de Figueiredo, recitado na sessão pública da Academia no dia 20 de Fevereiro de 1859, é da responsabilidade do sócio efetivo Levy Maria Jordão. O texto, onde se assinalam as qualidades e a obra do académico, é seguido do “Catálogo das Obras de António Pereira de Figueiredo”.
António Pereira de Figueiredo, latinista eminente, celebrizou-se com a publicação, em 1752, do
Após Portugal ter cortado relações diplomáticas com a Santa Sé, Pereira de Figueiredo tomou a defesa da posição oficial do Estado português contra a Curia romana.
O nome de António Pereira de Figueiredo está indissociavelmente ligado à tradução para vernáculo dos textos bíblicos e a redação, em parceria com D.