Filho de Mateus Valente do Couto, também sócio efetivo, e de Ana Rita Xavier. Segundo o Livro Mestre XII dos Oficiais da Armada, completou o curso da Academia Real de Marinha, que frequentou como voluntário, em 2.09.1817, vencendo os partidos (prémios) nos 1.º e 2.º semestres por se ter revelado o melhor aluno. Em 24.07.1819 foi promovido a segundo-tenente, com antiguidade de 13.05.1819, e, sucessivamente, a primeiro-tenente em 26.11.1840, capitão-tenente em 06.11.1851, capitão-de-fragata em 25.05.1858 e capitão-de-mar-e-guerra em 30.08.1865. Prestou “Serviço no Mar” em curtos períodos de formação ao longo de 1818, entre Maio e Outubro, nomeadamente, como oficial subalterno, numa comissão do Serviço de Saúde, a partir de 23.05, e na guarnição da nau São Sebastião a partir de 11.08. Quanto ao “Serviço em Terra”, foi nomeado, por ordem de serviço, partidista do Observatório Real da Marinha às ordens do diretor em 7.11.1818, confirmado no cargo por portaria de 03.02.1820, ajudante interino por ordem de serviço de 24.05.1823, confirmado em 13.04.1825 e ajudante efetivo por decreto de 22.11.1833. Foi louvado em 09.05.1820 por ter prontificado as
Nomeado lente da 2.ª cadeira da Escola Naval por decreto de 24.05.1845, foi jubilado por decreto de 20.10.1865, com a manutenção do respetivo vencimento para continuar a reger a cadeira, «por se achar nas circunstancias previstas na Carta de Lei de 17 d’Agosto de 1853». Reformado por decreto de 22.10.1866, “pertenceu-lhe pedir reforma e posto de contra-almirante com o soldo mensal de 75:000R”.
Importa referir o currículo da 2.ª cadeira da Escola Naval, lecionada por Couto Valente, frequentada no 1.º ano pelos aspirantes de 2.ª classe: Princípios de Óptica; Construção e uso de instrumentos de reflexão; Prática das observações astronómicas e dos cálculos mais úteis da navegação e Fatura duma derrota completa. Conforme o N.º 8 de 1841 da Ordem da Armada, Couto Valente foi agraciado com o grau de cavaleiro da Ordem Militar de S. Bento de Avis, tendo sido passada, uma década, elevado a comendador da mesma. Foi ainda agraciado com o grau de comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.
Entretanto, Couto Valente, pelo mérito das suas competências científicas, foi eleito sócio correspondente da classe de Ciências Exatas em 03.12.1818, com apenas 18 anos de idade, e, sucessivamente, livre em 27.11.1821, substituto de efetivo em 25.11.1824, efetivo em 14.04.1831 e supranumerário em 05.02.1853. Dos cargos académicos desempenhados destacam-se os de vice tesoureiro, eleito em 10.04.1823, reeleito em 25.11.1824 e 27.11.1827, e tesoureiro, eleito em 14.07.1847, reeleito em 01.12.1847, 22.02.1849, 01.03.1852, 18.12.1856 e 21.12.1857, dedicando 40 dos quase 50 anos de sócio à gestão financeira da instituição, já que só em 1863 cessou funções nesta área. Como produção científica importa sublinhar a colaboração com seu irmão, Mateus Valente do Couto Diniz, também sócio efetivo, ajudante e secretário do Observatório Real da Marinha, na realização das