Nasceu no Porto, filho de José Xavier da Silveira Pinto e de Maria Perpétua Pereira da Silveira. Após passar a sua juventude entre Lisboa e Ourém, Agostinho Albano iniciou a sua formação na Universidade de Coimbra nos domínios da matemática e da história natural, obtendo a sua formatura em filosofia, em 1806. Iniciou então diversas atividades de apoio ao ensino e como lente substituto nas disciplinas de História Natural, Química, Metalurgia, Zoologia, Mineralogia e Botânica. Exerceu também o cargo de secretário da Faculdade de Filosofia em 1811. Prosseguiu a sua formação no curso de medicina, alcançando o grau de bacharel em 1813 e concluindo o curso em 1814. Apesar de não ter conseguido realizar a ambição de ser provido como lente da Universidade de Coimbra, a sua formação universitária polifacetada foi fundamental para o desenvolvimento de uma carreira académica e pública muito rica e qualificada.
De regresso à sua cidade natal, exerceu medicina privada e lecionou as cadeiras de Língua Francesa (entre 1814 e 1828) e de Agricultura (1818-1834) na Academia Real de Marinha e Comércio da Cidade do Porto. Foi diretor desta Academia portuense entre os anos de 1833 e 1836, após ter dirigido a Real Escola de Cirurgia do Porto entre 1826 e 1832, com as inevitáveis intermitências nestes cargos, decorrentes do seu alinhamento com o campo político liberal. Em 1833, na sequência de uma epidemia de cólera no Porto, presidiu à Comissão Sanitária instituída nesta cidade. Entre as obras que então produziu, destaque-se o
Assinale-se ainda o seu envolvimento direto na criação de um curso pioneiro de economia política na Associação Comercial do Porto entre 1837 e 1838, beneficiando certamente da sua ligação com José Ferreira Borges, fundador de tal Associação e também ele autor interessado no ensino e divulgação da economia política e finanças públicas. As preleções que Agostinho Albano da Silveira Pinto escreveu para esse curso precursor do ensino da economia política revelam, a par da intenção propedêutica de exposição dos conhecimentos proporcionados por uma ciência que dava os primeiros passos em Portugal, uma preocupação de defesa dos interesses económicos representados na instituição que assumia a responsabilidade de garantir essa formação. Assim, não é de estranhar uma certa animosidade em relação aos defensores da primazia da indústria como setor de atividade económica, optando Silveira Pinto por uma clara defesa da agricultura como setor-chave na promoção do desenvolvimento económico, o que pressupunha, naturalmente, um adequado funcionamento do mercado interno e internacional. A defesa dos interesses mercantis passava, por isso, pela aposta no setor produtivo que melhor poderia favorecer tais interesses.
Ao longo desta fase da sua carreira estabelecida e estabilizada na cidade do Porto (durante cerca de 25 anos) Silveira Pinto deixou registo documental das múltiplas atividades profissionais e de ensino a que se dedicou, em domínios tão díspares como são os da gramática francesa, da farmacopeia, da medicina e saúde pública, da agricultura e da economia política. Interessou-se também pela divulgação científica junto de públicos mais alargados, promovendo publicações periódicas de âmbito cultural, literário e científico, como foram o
A partir de 1838, com a regular eleição como deputado às Cortes e com os cargos públicos que passou a exercer na capital – como vice-presidente do Tribunal de Contas e como ministro e secretário de estado dos Negócios da Marinha e Ultramar (de dezembro de 1847 a março de 1848) –, Agostinho Albano manteve assídua e relevante atividade como membro da Academia das Ciências, sendo eleito para sócio substituto de efetivo em 17 de fevereiro de 1842 e para sócio efetivo em 21 de maio de 1845. Exerceu ainda o cargo de diretor da Classe de Ciências Naturais entre 1848 e 1849.
Apesar de não ter tido colaboração escrita nas
Nesta fase da vida de Silveira Pinto passada sobretudo em Lisboa, na proximidade das instituições de decisão política, revela-se em plenitude a sua faceta de economista político com especial interesse em matérias relativas a finanças públicas. Neste âmbito, saliente-se a cuidadosa atenção que dedicou ao estudo da história da dívida pública portuguesa, apresentando minuciosos quadros sobre a sua formação, amortização e pagamento de juros, e alertando para a importância da manutenção do equilíbrio financeiro do Estado. Não obstante esta incursão final em matérias de grande relevo para as orientações e decisões públicas em assuntos relacionados com a estrutura financeira do Estado e dos processos de endividamento interno e externo, o nome de Agostinho Albano da Silveira Pinto fica gravado na história da ciência em Portugal pelo modo como, ao longo das sua carreira, pugnou pelo cultivo da ciência e pela demonstração da utilidade do conhecimento científico nas suas diversas aplicações, com destaque para os domínios da medicina e farmácia e economia política.